sexta-feira, 28 de outubro de 2016


Consumismo

O que é Consumismo?
As definições oficiais associam a palavra consumismo ao ato de comprar, ressaltando a especialidade da ausência de necessidade por parte do comprador em grande parte das negociações. Isso quer dizer basicamente que a palavra consumismo, em suma, significa o ato de comprar muitas coisas que, em sua maioria, não são necessárias.
Qual é a diferença entre Consumo e Consumismo?
No consumo, o ato de comprar está diretamente relacionado à necessidade ou à sobrevivência. Já quando se trata de consumismo, essa relação está rompida, ou seja, a pessoa não precisa daquilo que está adquirindo. O consumismo está vinculado ao gasto em produtos sem utilidade imediata, supérfluos. Esse hábito vem sendo discutido por muitos autores em suas origens e dimensões. Alguns estudiosos apontam a importância da publicidade na construção da obsessão pelo ato de comprar. Outros autores destacam a vinculação histórica da possibilidade de compra à vida boa, riqueza, saúde. Isso quer dizer que ao longo dos anos, pessoas que tinham maior poder de compra eram consideradas melhores que pessoas com menor poder de compra.
Consumismo é doença?
Quando o ato de comprar está vinculado diretamente à ansiedade e à satisfação, podemos dizer que se trata de uma compulsão. Em alguns casos, isso pode representar grandes perdas em termos de relacionamento interpessoal e qualidade de vida. Para que seja considerado doentio, o consumismo precisa representar uma parcela significativa da vida e dos pensamentos da pessoa, de forma que sua saúde emocional, psicológica ou mesmo social e financeira estejam abaladas. Nesses casos, a cisão entre necessidade e motivação da compra é completa, ou seja, a pessoa definitivamente não precisa e, muitas vezes, nem se dá conta do que está comprando.
Quais são as origens dessa tendência consumista?
A origem da tendência de compulsão pelo ato de comprar tem suas origens na história da humanidade. Após os eventos da Revolução Industrial, os processos de produção e circulação de bens foram agilizados. Com o avanço da produção, houve um grande distanciamento das pessoas e do conhecimento em relação aos meios de produção. Para entender como isso se deu, basta pensar o quanto você conhece, por exemplo, dos processos de produção das coisas que você compra. Você sabe como são fabricados os produtos de higiene, alimentação, itens de decoração e outros? Conhece as formas de distribuição, importação e exportação? É justamente esse desconhecimento que historicamente foi denominado alienação. A alienação é a principal dimensão do consumismo, está na base da compra desvinculada da necessidade e do desconhecimento em relação ao valor de compra e de uso.
Ainda discutindo a história da tendência consumista, podemos destacar a vinculação da possibilidade de comprar ao poder, já que, por muitos anos, o consumo era privilégio de classes mais ricas. Com o desenvolvimento econômico, da produção e da publicidade, as distâncias foram sendo diminuídas. O que se pode perceber na atualidade é um nivelamento de desejos: crianças pobres e ricas querem os mesmos brinquedos, adultos de classes sociais distintas têm as mesmas vontades, reforçadas pelos modelos e padrões de vida apresentados pela mídia, como os gostos e hábitos de celebridades.
A criação e valorização social de padrões de comportamento é outra dimensão importante do consumismo. Para atingir o padrão de sucesso e boa vida, inúmeras pessoas investem seus esforços para adquirir bens que não necessitam.
Como saber mais?
As questões acerca do consumismo são bastante amplas e merecem discussões mais significativas. Todavia, alguns filmes podem ser bastante ilustrativos para compreender as diferentes dimensões dessa prática alienada. Entre eles, “Amor por contrato” (The Joneses), de Derrick Borte, que conta a história de uma família criada para impressionar e vender um estilo de vida. Já o documentário “Criança, a alma do negócio”, dirigido por Estela Renner, é um exemplo interessante para discutir a questão do consumismo, com atenção especial aos efeitos deste na infância e adolescência.
​Juliana Spinelli Ferrari
Colaboradora Brasil Escola
Graduada em psicologia pela UNESP - Universidade Estadual Paulista
Curso de psicoterapia breve pela FUNDEB - Fundação para o Desenvolvimento de Bauru
Mestranda em Psicologia Escolar e do Desenvolvimento Humano pela USP - Universidade de São Paulo

terça-feira, 15 de março de 2016

Marc Bloch


Por Antonio Gasparetto Junior


Marc Bloch foi um renomado historiador francês que se destacou por ser um dos fundadores da Escola dos Annales.

Nascido no dia 6 de julho de 1886, na cidade de Lyon, França, o judeu Marc Léopold Benjamim Bloch era filho do Professor de História Antiga Gustave Bloch. Durante sua formação acadêmica, estudou em Paris, Berlim e Leipzig. Trabalhou durante alguns anos como pesquisador na Fundação Thiers, mas teve que interromper suas atividades para combater na Primeira Guerra Mundial. Foi soldado de infantaria e chegou a receber uma condecoração militar por mérito após ser ferido em batalha.

Foi depois da Primeira Guerra Mundial que Marc Bloch começou a desenvolver efetivamente sua carreira. Quando ingressou na Universidade de Estrasburgo, conheceu Lucien Febvre, um colega com o qual conviveria e juntos marcariam profundamente a historiografia. Os dois fundaram, em 1929, a revista Annales d’Histoire Économique et Sociale, que é um referencial de influência para muitos Historiadores até hoje e foi fundamental para o desenvolvimento das chamadas Nova História e História das Mentalidades.

Na década de 1930, Marc Bloch ocupou a cadeira de História Economica na Sorbonne e a revista alcançou sucesso mundial, refletindo na formação da chamada Escola dos Annales. Mas, em 1939, a guerra tomou conta da Europa novamente e os nazistas invadiram a França. Marc Bloch chegou a militar na resistência francesa, mas foi capturado e torturado pela Gestapo. Morreu fuzilado no dia 16 de junho de 1944.

A vida de Marc Bloch foi caracterizada por um intenso trabalho, uma carreira universitária brilhante e uma destacada produção científica. É considerado o maior medievalista de todos os tempos e, para alguns, o maior Historiador do século XX. Como um dos grandes responsáveis pela renovação do pensamento histórico, abriu novos horizontes para compreensão do feudalismo. Abandonou o caminho da História Tradicional de sequência de fatos com nomes e datas e se empenhou na construção de análises que consideram a complexa relação entre o homem, a sociedade e o tempo.

Marc Bloch publicou vários livros que se tornaram clássicos da historiografia. Além de diversos artigos impactantes. O primeiro deles, para citar o mais importante, foi Os Reis Taumaturgos (1924), no qual analisa a crença popular do poder de cura com o toque do rei e suas implicações na França e na Inglaterra medieval. Mas sua grande obra foi publicada em 1939 e intitulada de A Sociedade Feudal. Neste livro, o autor apresenta uma nova abordagem sobre a questão do feudalismo que marcaria profundamente sua carreira como um grande medievalista. Além desses dois clássicos publicados em vida, Marc Bloch teve outras obras que foram lançadas após seu falecimento e que também se tornaram referência para os Historiadores. É o caso de Apologia da História ou o Ofício do Historiador (1949), que apresenta uma discussão teórica sobre a ciência histórica e o trabalho do Historiador.

Com tudo isso, Marc Bloch é uma eterna referência para os Historiadores e notoriamente um dos maiores intelectuais do século XX. Sua obra e vida continuam sendo objetos de pesquisa e fontes de referência para muitos trabalhos.

Fontes:

http://www.marcbloch.fr/bio.html

http://cmb.ehess.fr/document49.html#ftn1

Arquivado em: Biografias

domingo, 1 de agosto de 2010

Fichamento

FICHAMENTO DE: MEMÓRIA, DOCUMENTO E ARQUIVO, ESCRITO POR: SILVIA MARIA LEITE DE ALMEIDA



-Trabalho sobre formas de memórias coletivas: documento e arquivo.
-entender a noção de documento e de arquivo como expressão de uma memória.
-Memória segundo Meneses é mecanismo de registro e retenção e sistema de esquecimento programado e memória coletiva é um sistema organizado de lembranças, cujo suporte são grupos sociais espacial e temporalmente situados, a memória não é espontânea precisa ser reavivada.
-Santos (1993) afirma que memória é tida como a capacidade de lembrar o passado, e que não existem memórias individuais ou sociais, mas ato de lembrar e esquecer
-1970 e 1980 vários estudos sobre memória foram feitos.

DOCUMENTOS

Texto no seu sentido mais amplo, seja ele escrito, ilustrado, transmitido pelo som pela imagem ou de qualquer outra maneira.
Segundo Le Goff a escrita transformou radilcamente a memória coletiva, todo documento tem em si um caráter de monumento e não existe memória coletiva bruta, e que por monumento e tudo aquilo que pode evocar o passado, perpetuar a recordação, por exemplo, os atos escritos.
A transição da memória pela escrita, segundo a autora se estabeleceu lentamente, a memória vinculada à escrita possui diversos estatutos, atrela-se ao poder, as técnicas, a educação, a cultura, ao trabalho entre outras categorias.
Flamarion e Brignoli afirmam que a missão do historiador é estabelecer a partir de documentos os fatos históricos, coordená-los e expô-los corretamente sem optar sobre eles.
Saraman e Lefebvre dizem que sem documentos a história não existiria.
Coulanges declarou onde faltam os monumentos escritos, deve à história demandar as línguas mortas os seus segredos... fabulas, mitos, imaginação, onde o homem passou deixou qualquer marca da sua vida e da sua inteligência, aí está a história.
Nora: A História nova vai criar uma história cientifica a partir da memória coletiva.
Febvre: A história faz-se com documentos escritos quando existem e quando não houver faz com o que esta a sua volta.
Henri Marrou diz que é um documento toda fonte de informação de que o espírito do historiador sabe tirar qualquer coisa para o conhecimento do passado humano, é impossível dizer onde começa e onde termina o documento.
Foucault: os problemas da História estão em questionar o documento.
A partir de 1960 ocorre a chamada revolução documental.


ARQUIVO


Lócus, lugar de guarda de documentos que possui valor geral e especifico.
Todos os documentos conservados no mais diferente arquivo possuem valores gerais que se dividem em intrínsecos, arquivisticos e históricos.
Valor Intrínseco: é o valor próprio, inerente ao documento.
Valor Arquivistico: Caráter Administrativo.
Valor Histórico: testemunha fatos sucedidos.
O Arquivo é o guardião da memória coletiva e também guarda lacunas e silêncios não ditos que essa memória encerra.
Magalhães: o arquivo enquanto memória e anárquico não sofre filtragem dos documentos guardados, o arquivo enquanto identidade preserva o que ficou da seleção e do descarte.
Ao classificar os documentos está se destruindo o arquivo.

DESAFIOS DA ATUALIDADE


Le Goff: revolução documental na década de 60, quantitativa e qualitativa sendo que quantitativo é o surgimento de novas formas de arquivamento de conservação de preservação do documento e dos dados, qualitativos mudanças que a nova forma de armazenamento cria um novo documento.
Pierre Nora diz não somente guardar tudo, mas conservar todos os signos indicativos da memória, produzir arquivos é o imperativo de nossa época
A produção exarcebada intencional, exagerada de novos lugares da memória, traz perdas tanto para a memória quanto para a história. A chamada ‘memórias histórica’ não é memória nem história.
Le Goff e Toubert: o documento é inócuo. Todo documento é mentira, é o resultado de montagem consciente ou inconsciente da história da época da sociedade que o produziu, mas também de épocas sucessivas durante os quais continuou a viver.
O historiador deve repensar as próprias noções de documento.

segunda-feira, 26 de julho de 2010

América

Paralelo entre o filme: “A Conquista do Paraíso” e a leitura de “A descoberta da América” de Tvzevetan Todorov
Solicitado pela profª; Sayonara Andrade



O filme: ”A conquista do Paraíso-1492” trata da chegada de Cristóvão Colombo a América de maneira bem coerente com a história “A descoberta da América”, escrita por Tzevetan Todorov.
A descrição feita tanto no filme como no livro sobre Cristóvão Colombo é de um homem persistente na busca da realização de um sonho: chegar as Índias; as dificuldades encontradas na travessia do Oceano Atlântico bem como as necessidades que os passageiros tinham ao empreender uma jornada em um tempo em que o irreal tomava conta da mentalidade das pessoas e até mesmo o fato de não saber o dia provável da chegada deixada todos com uma insegurança sobre o que o futuro iria trazer, o que motivava principalmente essas viagens era a esperança de ficar rico, a glória de uma grande descoberta, o começo de uma nova vida. A chegada na nova terra que Cristóvão Colombo achou ser as Índias, apesar de todas as diferenças que encontrou baseado nas informações prestadas por Marco Pólo foi na visão eurocêntrica a chegada em um paraíso, pois a diferença em relação ao mundo em que viviam eram muitas, principalmente porque a Europa estava saindo da peste negra, Colombo como um grande estudioso que era da natureza ficou encantado com tudo que aqui existia incluindo também os nativos,a mudança do colonizador em relação aos chamados índios ocorreu que quando ao retornar na segunda viagem não encontrou os que haviam ficado o que despertou medo e insegurança aos que estavam chegando,o que fez com optassem por tomar medidas violentas e foi com muito tato que Colombo conseguiu que olhassem com olhares menos vingativo,só que não foi uma paz muito duradoura pois a procura por riquezas era uma busca constante o que levou ao massacre e a escravização dos índios muitas vezes com o consentimento da Igreja Católica.A ilusão que havia chegado as Índias foi constante na vida de Colombo,engano que só foi desfeito por Américo Vespúcio que recebeu como prêmio o nome do novo mundo em sua homenagem:América.
Tanto no filme quanto no livro existem muitas coisas em comum, fato que dificulta achar divergências, significando que o filme foi muito bem elaborado, partindo integralmente da leitura do livro.

Resenha o Crime na Cor

Resenha solicitada pela professora Liliane Fernandes no 5º período

Pires, Maria de Fátima Novaes. O crime na cor: escravos e forros no alto sertão da Bahia (1830-1888)-São Paulo 1999




O título do livro ’’O crime na cor’’foi de grande importância e deve ser usado sempre como referência para a obra, é bastante claro o fato de que ser negro neste período e neste contexto histórico era um crime que em muitos casos descritos era punido com a morte.
A autora apesar de não encontrar fontes que definam o quotidiano dos escravos e forros no sertão baiano sem um olhar de estrangeiro e também por haver pouca pesquisa acadêmica sobre o assunto foi buscar através de 111 processos criminais a base para seu trabalho de dissertação que foi divido em três partes, na primeira parte foi analisado o panorama geral da região, na segunda a criminalização foi o tema e por último a relação entre escravos e senhores.
A importância dos tropeiros (forros, libertos, estrangeiros) é bem evidenciado pela autora, o transporte das mercadorias no sertão era um trabalho estafante, devido às grandes distâncias percorridas.
Os escravos e forros desempenhavam inúmeras funções, partilham espaços comuns no trabalho e em suas diversões, os plantéis que eram considerados médios ou pequenos com até 18 escravos por proprietário que utilizavam a dominação senhorial e praticas repressivas para maior controle social que era feita através de leis chamadas de posturas onde escravo tinha inúmeras proibições incluindo direito de ir e vir e o toque de recolher, onde o senhor era o verdadeiro interessado, pois era seu trabalhador que poderia ser punido.
A descoberta feita através destes processos de que no sertão baiano não havia feitores e que a pena de morte era utilizada para crimes cometidos por escravos torna a escravidão no sertão como uma das mais cruéis e a descrição dos castigos afligidos por senhores é de uma atrocidade sem limite onde a morte para muitos era tida como um prêmio.
A resistência escrava não era diferente de outras regiões do Brasil, o negro nunca foi passivo como alguns autores costumam definir e a autora faz uma critica ao autor Gilberto Freire e Senzala sobre esses relacionamentos que é descritos como benevolente por parte dos senhores, é bom sempre lembrar que existe os dois lados, nada é definitivo.
O fato do sertão baiano nesta obra se referir a duas regiões distintas, Rio das Contas e Caetité e estarem descritas ao mesmo tempo requer muita atenção do leitor, é necessário sempre dar uma segunda olhada para ver de onde esta se falando, ás vezes refere-se á região como um todo.
Algumas vezes as crueldades impostas aos escravos e descritas pela autora sem meias palavras, baseada nos processos criminais é difícil de aceitar, mesmo sabendo que são verdadeiras principalmente tendo conhecimento que muitos destes castigos eram feitos dentro da lei.

domingo, 25 de julho de 2010

A Igreja Católica na América Espanhola

Resenha do livro “A igreja Católica na América Espanhola” de J.H. ELLIOT, solicitada pela professora Kylma Kram.


A igreja Católica na América Latina Colonial é descrita pelo autor baseada principalmente no que foi descrito pelos clérigos que aqui chegaram e não pela suntuosidade dos templos que foram construídos nesse período e nem pelas riquezas adquiridas pelos padres.

O domínio da igreja católica na América Latina no período colonial e o início do declínio dessa mesma na Europa com o aparecimento do protestantismo foi colocada como se fosse uma recompensa pelo espaço perdido durante este período na península ibérica.

A obrigação de transformar em católico os nativos que aqui viviam era o principal objetivo da Coroa e dos padres que desembarcavam na nova terra principalmente porque a Coroa de Castela assumiu o controle da igreja católica a partir de 1524 onde indicava aos cargos eclesiásticos, pagava salários e construía igrejas, mosteiros e hospitais com os dízimos cobrados; a igreja passou a servir ao Estado o que a deixou em situação desconfortável apesar de muitos eclesiásticos serem a favor de servir ao rei e não ao papa; havia também os que não concordavam com o tratamento dado aos nativos o que gerou inúmeros conflitos durante o período colonial sendo que o primeiro deles foi nas Antilhas onde os índios não eram oficialmente escravos, mas eram tratados como tal, já que os colonos adquiriram direitos sobre eles.

As atividades missionárias a partir de 1540 no novo mundo ganharam uma nova feição ao ser criada a Companhia de Jesus que procurou implantar um novo cristianismo, tendo sida criada com um ideal reformador possuindo homens devotados na divulgação do evangelho e profundo conhecedores de teologia o que os tornou defensores dos índios.

A importância dos jesuítas na educação na América colonial e as bases lançadas para o crescimento do ensino no século XVII foi de extrema importância, mesmo que no início os interesses religiosos fossem primordiais, as necessidades do clero era a formação de teólogos e filósofos.

As ordens religiosas femininas segundo o autor não foram muito importantes, não tinham função missionária a finalidade principal era formar moças para o casamento e aceitar como membro efetivo as solteiras, a discriminação em relação às nativas existia sendo que a participação das índias nas ordens se dava apenas através do trabalho.

A igreja na América colonial tornou-se uma cópia da igreja da Península Ibérica no século XVII e não aceitava a sobrevivência das religiões pagãs que persistiam em muitas regiões intensificando a pregação contra a idolatria e usando processos inquisitórios, mesmo que as utilizações desses processos fossem para outros grupos já que não possuíam jurisdição sobre índios.

A inquisição na América espanhola foi também contra negros, escravos e homens livres além de judeus, a religião africana não era aceita pela igreja católica que a via como uma religião satânica e que deveria ser banida o que não foi conseguido, pois a sobrevivência dessas religiões foi efetuada através da fachada da aceitação do catolicismo.

O crescimento da igreja e o enriquecimento dos jesuítas trouxeram temores para reis da Espanha já que os padres estavam mais forte do que próprio estado o que fez com que os reis lançassem uma campanha anti jesuítica para derrubar o poder do estado, fato que perdurou por todo o século XIX.

A predominância no texto é para o México e América Central a América do Sul foi relevada a um segundo plano na maior parte do tempo, a um leitor mais desatento parecerá que o tema é principalmente sobre a igreja constituída na Espanha e não sobre a igreja católica na Colônia que na verdade era quem realmente governou quase todo o período colonial, sendo que a Companhia de Jesus foi criada para fortalecer a igreja católica quando a mesma perdia terreno para a Reforma Religiosa que ocorria na Europa.

Para falar da igreja no novo mundo é preciso acrescentar que mesmo com a intensa dominação do catolicismo outras religiões foram mescladas tornando a igreja e seus missionários algo bem diferente, tanto Roma quanto a Espanha estavam do outro lado do Atlântico.